Milgram experiment

Disse-vos há alguns dias que a maldade pode ser contagiosa. Hoje vou mostrar-vos uma experiência perturbadora em que se demonstra que a maioria das pessoas mata sob comando; i.e. não há limites quando há obediência à autoridade.

As experiências de Milgram são lendárias.



O vídeo anterior é meramente ilustrativo da experiência. Contudo, vejam agora este vídeo em que os candidatos não sabem que a experiência é um engodo. Acho que não preciso dizer mais nada.

Comentarei depois as vossas observações. Este é o post mais perturbador que aqui coloquei. Aliás, este tema é verdadeiramente polémico. Sei que aqueles que não conhecem o assunto se irão questionar sobre si próprios.

Até onde irias tu?





Nota: é obrigatório ver o vídeo! Imperdível!

26 comentários :: Milgram experiment

  1. Conheço perfeitamente estas experiências.
    É mesmo caso para pensar: e se fosse eu, até onde iria???

    bjs

  2. A única certeza que tenho é que em algumas situações não sou propriamente uma pessoa obediente e há muito que aprendi a dizer NÃO!

    (ainda estou a digerir o que vi!)

  3. Guardiã: és psicóloga? Não irias, já conheces a experiência! ;)
    Bjs


    Red: Estas experiências revelaram que quando uma pessoa transfere a responsabilidade para outra é capaz das maiores atrocidades. O que aqui não fica ainda explicado, isso virá mais tarde, é a nossa propensão para a violência; não, não falo da necessária à sobrevivência, mas sim à gratuita. Voltarei a este tema um dia destes.
    Confesso-te que esta experiência provocou-me um baque, confrontei-me com a minha raça, com o sanguinário que há em nós. Repara, embora alguns não tenham prosseguido a experiência até ao fim, acabaram por participar até um certo nível sabendo, também, que estavam a infligir dor. Assim, independentemente de 65% terem levado a experiência até ao fim, 100% provocou dor! Aterrador!
    Beijos

  4. potente. não q tivesse alguma dúvida qt à maldade humana...

  5. Impressionante!!! Não a experiência, essa, nós 'pobres humanos mortais' já sabiamos...mas, impressionante é seu blog!!!

    Realmente 'a maldade é contagiosa' e, pior, nós nem sabemos em q hora poderemos ser contaminados..[será q já estou???]. A verdade é que enquanto não nos descobrirmos estaremos sempre próximos a essas possibilidades...ou não??? Sei lá!! ;D

    Obrigada por passar lá no meu cantinho!! Te espero mais vezes lá...Ah, vou contar-te um segredo: "não peguei o celular, não!!" ...faltou coragem..acho q esse vai ser meu próximo post..

    Bjosss, Lê
    http://inverossimilhancadoreal.blogspot.com

  6. Ja conhecia as experiencias dele e é assustador como os Humanos agem assim...

  7. Tenho que falar!
    É essencial pra mim! rs
    Então, faço ambos: sinto e falo.
    :)
    Obrigada pela visita!

  8. Pode ser, ou não?!
    Ficou um cri na cabeça...
    Entendi de duas formas, explique-se ou enlouqueço.
    rsrs
    Beijos!

  9. Já conhecia este video, tens que ver o filme "A onda", ta brutal e ilustra essa ideia.

  10. Até onde eu iria? Não sei, tnh q ser posta à prova, mas acho que os meus principios éticos não me deixariam chegar ao final de certeza. Mas se ia longe ou não, não sei.

  11. Sinceramente não sei até onde iria, gosto de pensar que não iria até ao fim (cruzes!). Estive a ver estes videos e só me passavam pela cabeça cenas sobre o nazismo!

  12. Então e eu não sei?

    Deixa-me continuar a pensar que seria incapaz!

    Vai um sorriso? :)) Esses também são contagiosos!

  13. Não consegui comentar antes, caro Aprendiz.
    Alguém citou o filme The Wave (A onda) nos comentários.
    Lembro-me de Hannah Arendt e a análise dos carrascos nazistas e da ditadura militar no Brasil e os torturadores que muitas vezes eram excelentes cidadãos e burocratas do Estado. Tão bons funcionários que torturavam com maestria.
    Aprendemos a obedecer. Porém muito pouco se ensina a alteridade. Me lembra o Todorov (Tzvetan).
    Conheces George Steiner e o livro do Castelo do Barba Azul? Ele tenta analisar a questão da Alemanha Nazista.
    Mas, sabes que, já que és perturbador, pensemos sobre a conquista lusitana em terras americanas... o que se fazia com os índios? E a escravidão? Exemplos perfeitos, meu caro, de onde podemos chegar. A questão é: podemos mudar isso? Ou, teríamos condições de sermos diferentes das pessoas ali apresentadas?
    Intrigante! Como sempre.
    Beijo.

  14. A maldade é cega, talvez não só contagiosa! Acredito que se algum destes "professores" estivesse a ver o efeito que causava nos seus "alunos" não continuaria além da primeira resposta errada. Bem sei que é uma experiência, aterradora, capaz de abalar as mentalidades e crenças mais convictas, fiquei chocada com a inércia e a passividade dos nomeados "professores", é chocante, é perturbador!

    Obrigada por este teste às nossas mais terríveis capacidades como seres humanos...

    Beijocas

  15. Agora que finalmente tenho uma horinha livre para visitar o teu espaço, fico aqui a olhar o primeiro post... não vou ver os vídeos... prefiro ficar na ignorância visto que já sou suficientemente revoltada com o ser humano de um modo geral.
    Beijokas

  16. Maninha: concordo contigo, mas pelo menos ficamos com algumas desculpas que não antevíamos.

  17. Lê: o meu blogue é impressionante? Isso pode ser muito mau! :D Será que ele tem maldade? ;)
    Quanto a mim espero estar vacionado, mas serei sempre um mau juiz em casa própria.

    "Não pegou no celular?" ..."faltou coragem"... nunca falta coragem quando vale a pena! ;)

    Beijos

  18. S: depois de conhecermos as experiências dele, embora possamos colocar alguma distância crítica, passamos a ver as coisas de uma forma um pouco diferente.
    Beijos

  19. Talita: então fale, diga o que sente aos sete ventos! :)
    Venha sempre!
    Beijps

  20. Hara: não enlouqueça! Não quero perder leitores! :D
    Pode ser, mas os valores são sempre discutíveis. As amostras podem não ser fiáveis, mas o estudo dá-nos uma indicação plausível.
    Enfim, em caso de dúvida tem sempre o Morro de S. Paulo para relaxar! :)
    Beijos

  21. Pepa: tens toda a razão. "A Onda" é uma metáfora que se pode aplicar aos movimentos de massa que respondem, por definição, aos apelos de um líder carismático.
    Como sabes este filme foi baseado num incidente real ocorrido numa escola secundária norte-americana em 1967, Palo Alto, Califórnia. A ideia do filme original, com 45 minutos, era a de este fazer parte do currículo da escola para se estudar, reflectir e prevenir contra a onda nacional-socialista. Um perigo cria sempre outros! Com a derrota do nazismo na 2ª. Guerra Mundial e o surgimento da "guerra fria", este tipo de filmes podia funcionar como alerta contra pregações doutrinárias que fazem apologia aos totalitarismos de direita ou de esquerda. De facto, o doutrinamento pró-totalitarismo ocorre muitas vezes no âmbito universitário como se fosse ensino científico, onde a democracia é considerada uma má invenção "burguesa" e a política uma prática a ser superada por um sistema desenhado pelo abstracionismo teórico.
    Se pensares nos movimentos comunistas que começaram nas universidades portuguesas e francesas relativamente aos alunos das ex-colónias, veremos que há aqui uma evidência, uma correlação positiva.

    Eu não posso dizer onde pararia, acho que não começava, mas sabendo que na minha vida (curta... sou teenager como se percebe) já provoquei dor noutras pessoas, não posso ter certezas de nada.

    Beijos

  22. Lu.a: pela explicação anterior verás que a tua ideia é muito acertada. Não ias até ao fim, espero! :)
    Beijos

  23. Red: ó escorregadia, enguia fugida que prefere ovos moles! :D
    Queres um sorriso? Toma um alqueire deles; usa-os com descrição, são todos genuínos! :)
    Beijos

  24. Teia: tu dás luta! Adoro quando me confrontam com conhecimento, como o fez a Pepa. Gosto de ser surpreendido, um facto. Não fora isso e não seria um aprendiz de ignorante. :)

    Pela abrangência fica a pergunta obrigatória, és socióloga, politóloga, o quê?

    Deixo-te ainda outra pergunta; és judia e/ou de raça hebraica? Confesso que tenho um apreço especial por esse povo e pela sua história. Quanto à religião, agrada-me que não tenham personalizado Deus nem criado a figura do Diabo, assim como não determinarem o que vem depois da morte.

    Voltando ao tema; a Hannah Arendt, no livro "As origens do totalitarismo" falou em 2 regimes totalitários; para além do nazi mencionou também o estalinista (forma pessoalizada de um comunismo mais violento do que outros). Esta teórica política tem várias publicações importantes; leste "a condição humana"?
    Nós também tivemos os nossos ditadores que, como os vossos, usaram a força de forma arbitrária para se afirmarem.

    O George Steiner (podes ver uma entrevista dele aqui) dizia que o antisemitismo surgiu como uma revolta da Europa contra a invenção do conceito de consciência pelos judeus. Enfim, percebo-o; de facto, os valores ocidentais vão beber o bem e o mal aos judaísmo, embora os cristão considerem a percepção destes valores seus (mal sabem que Cristo nasceu e morreu judeu). Não concordo com tudo o que ele diz, mas é um crítico genial.

    Quanto à conquista das Américas posso falar sem paixão. Como sabes, a escravidão já existia antes dos portugueses; de facto, desde que se conhece o homem que há escravos, mesmo hoje. Contudo, foram os portugueses os primeiros a abolir a escravatura a nível mundial. Curioso, mas os brasileiros mantiveram-na desde a independência até à lei áurea de 1888, assinado pela princesa Isabel a 13 de Maio. Nós abolimos a escravatura em 12 de Fevereiro de 1761 com o Marquês de Pombal, mais de 100 anos antes. Sabias? Mas nada disto justifica o que fizemos. Foi uma aberração, mas que era aceitável nos valores da época. É espantoso como a civilização evoluíu ao nível dos direitos fundamentais do homem. Nisso crescemos, vantagem da globalização.

    Quanto aos índios; os espanhóis são bem conhecidos nisso; o Cortés dizimou os Astecas, o Pizarro os Incas... que me lembre os Portugueses não dizimaram cultura nenhuma, nem em África onde tivemos colónias, nem na Índia, nem em Macau nem em Timor. Não fomos sempre justos, mas utilizámos mais as colónias como feitorias, como entrepostos comerciais. Como conquistadores nunca aculturámos como os espanhóis, nem nunca fizemos negócio como os ingleses.
    Por falar em índios; e os brasileiros, não os dizimaram? O Amazonas já perdeu mais de 20% da sua área, o que é feito dos aborígenas? Foram integrados?

    Enfim, Teia, não falo com paixão mas com dados. Na verdade, não há nação nenhuma, actual ou passada, que não tenha cometido atrocidades. E sabes porquê? Porque o problema não está nas fronteiras, mas sim no HOMEM.

    Beijos


    P.S. minha querida, eu não sou perturbador mas sim provocador. Lê textos meus desde o início do blogue e garanto-te que no final me vais chamar romântico! :D

  25. Karochinha: de facto, chocante e perturbador. Acho que é o conhecimento das nossas limitações que nos permite controlar esses acessos primitivos. Será a lógica a impor-se ao instinto!

    Beijos

  26. Lídia: os vídeos não têm sangue, violência física ou qualquer outra para além da psicológica. Vale a pena ver, mas esta é a minha opinião.
    Beijos

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