Ela: gostas das minhas tatuagens?
Ele: não, detesto ter de parar para ler...
Premonição
A vida é feita de altos e baixos, de lados e arestas, de volumes e densidades, de tempos e memórias. E se temos planos inclinados, equilíbrios periclitantes e escolhas aleatórias, é o destino que nos oferece a melhor memória, a do nosso futuro. Quero recordar-me do que ainda vou viver!
ANGOLA 1
Realizei um sonho; trabalhar entre 3 capitais, todas começadas por "L", todas no mesmo fuso horário embora em meridianos distintos; Lisboa, Londres e Luanda. Cidades opostas, do sofisticado ao improvisado, do declarado ao omisso, do frio ao calor, do sisudo ao alegre, do velho ao novo, do caucasiano ao preto; fantástico, adoro um planeta que me consegue surpreender numa só fatia de uma fruta multicolor onde o palato não encontra sabores iguais.
Sete horas de viagem não me tiraram o sono. Cheguei com uma hora de atraso, às 6:40 num dia que já se espreguiçava entre o cacimbo. O aeroporto está cheio de "Tupóleves" para viagens regionais, pequenas avionetas e helicópeteros particulares ou da polícia.
Fora do aeroporto um amigo esperava-me. Quando me aventurei por entre este novo mundo, aproximou-se um polícia que deu duas ou três palmadas no pescoço de um rapaz que me tentava ajudar com as malas. Estranhei a violência, mas a passividade da vítima era o preço aceite para a ilegalidade. Era um de muitos que lutavam por aquela oportunidade, num acesso atolado de viaturas que faziam adivinhar uma eternidade para chegar a casa.
Os carros são escassos, aqui o jipe é rei e senhor. E não falo de Landrovers preparados para terrenos impossíveis, não, os jipes e suvs são do melhor que podem imaginar e aos milhares, tantos, mas tantos que posso afiançar que nunca vi nada igual. O Hyunday Santa Fé era mais um, nada de especial, só o ronco rouco a cada investida do acelerador me recordava que circulava num seis cilindros a gasolina.
Os meus olhos não paravam. Não é a minha primeira vez em África, mas Angola é uma novidade.
Nas ruas mulheres com vassouras limpam o pó entre os carros que vão passando numa lógica que não consigo explicar. Aliás, a prioridade não tem regra, basta ser destemido e determinado para impor o trajecto a todos os outros. E se pensava que não era possível fazer melhor, alguém me mostrava uma nova faixa que não tinha avistado.
Libertei-me das malas e apressei-me a colocar na mochila o essencial para um fim-de-semana de sonho. Cheguei ao clube náutico pelas nove horas, tempo para embarcar numa viagem de 15 milhas até ao Mussulo. Esperava-me um resort particular de outro amigo, médico, com 6 moradias em madeira que mais parecem casas japonesas pois têm alpendres que as circundam completamente a sombrear paredes em madeira e vidro, onde camas de rede e espreguiçadeiras de verga prometem descanso certo.
Entre as casas e o mar uma piscina de uns bons 20 metros com um desenho em L, tudo isto pavimentado numa areia branca e fina de ampulheta.
Mas foi a viagem que me impressionou, uma lancha que voou sobre um mar chão que permitia algumas brincadeiras de um timoneiro divertidíssimo, tudo entre gritos e gargalhadas de amigos.
(a continuar)
O barco emparelhado entre irmãos no meio do cacimbo.
Vai um mergulho?
Uma voz, aquela que me apetece usar hoje neste mundo novo.
Sete horas de viagem não me tiraram o sono. Cheguei com uma hora de atraso, às 6:40 num dia que já se espreguiçava entre o cacimbo. O aeroporto está cheio de "Tupóleves" para viagens regionais, pequenas avionetas e helicópeteros particulares ou da polícia.
Fora do aeroporto um amigo esperava-me. Quando me aventurei por entre este novo mundo, aproximou-se um polícia que deu duas ou três palmadas no pescoço de um rapaz que me tentava ajudar com as malas. Estranhei a violência, mas a passividade da vítima era o preço aceite para a ilegalidade. Era um de muitos que lutavam por aquela oportunidade, num acesso atolado de viaturas que faziam adivinhar uma eternidade para chegar a casa.
Os carros são escassos, aqui o jipe é rei e senhor. E não falo de Landrovers preparados para terrenos impossíveis, não, os jipes e suvs são do melhor que podem imaginar e aos milhares, tantos, mas tantos que posso afiançar que nunca vi nada igual. O Hyunday Santa Fé era mais um, nada de especial, só o ronco rouco a cada investida do acelerador me recordava que circulava num seis cilindros a gasolina.
Os meus olhos não paravam. Não é a minha primeira vez em África, mas Angola é uma novidade.
Nas ruas mulheres com vassouras limpam o pó entre os carros que vão passando numa lógica que não consigo explicar. Aliás, a prioridade não tem regra, basta ser destemido e determinado para impor o trajecto a todos os outros. E se pensava que não era possível fazer melhor, alguém me mostrava uma nova faixa que não tinha avistado.
Libertei-me das malas e apressei-me a colocar na mochila o essencial para um fim-de-semana de sonho. Cheguei ao clube náutico pelas nove horas, tempo para embarcar numa viagem de 15 milhas até ao Mussulo. Esperava-me um resort particular de outro amigo, médico, com 6 moradias em madeira que mais parecem casas japonesas pois têm alpendres que as circundam completamente a sombrear paredes em madeira e vidro, onde camas de rede e espreguiçadeiras de verga prometem descanso certo.
Entre as casas e o mar uma piscina de uns bons 20 metros com um desenho em L, tudo isto pavimentado numa areia branca e fina de ampulheta.
Mas foi a viagem que me impressionou, uma lancha que voou sobre um mar chão que permitia algumas brincadeiras de um timoneiro divertidíssimo, tudo entre gritos e gargalhadas de amigos.
(a continuar)
O barco emparelhado entre irmãos no meio do cacimbo.
Vai um mergulho?
Uma voz, aquela que me apetece usar hoje neste mundo novo.
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Aprendiz
08/09/2009
18:07
On the rocks
Tiesto, para ouvir bem alto e sentir o Verão... depois mergulha-se no mar. A hora é irrelevante. Apetece-me!
Rumba, para me rir quando sair do banho... evito secar-me! Segue a letra no Karaoke se conseguires...
KARAOKE
.
Rumba, para me rir quando sair do banho... evito secar-me! Segue a letra no Karaoke se conseguires...
KARAOKE
.
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Aprendiz
25/08/2009
00:30
Plágio
Descobri por mero acidente as Bananarama (de 1982) ou Spice Girl (de 1994) coreanas. Quem são? Simples, uma girls band. As Girl Generation (de 2007) são frescas, leves e divertidas; música para dançar. Sucesso? Imenso; estão em vários top charts.
Mas porquê o meu interesse se não é música que me tire o sono?
Pela primeira vez vejo um plágio permitido no Youtube. De facto, uma música deste grupo foi copiada dentro do grupo Universal por outra banda do Uzbequistão... de onde??? Um país entalado entre o Cazaquistão e o Afeganistão, boa vizinhança... portanto! Aqui não existem direitos de autor, mas acredito piamente que os trampolineiros nem imaginassem que um dia alguém desse com a cópia. Bastou o Youtube. E se é impressionante a qualidade da cópia, são magníficos os comentários que a acompanham.
ORIGINAL
KARAOKE
CÓPIA
E agora fechem a boca que eu fiz o mesmo. Para desenjoar das ubzequistanesas deixo-vos mais uma música das coreanas.
É impressionante a montra que surge no vídeo pois as protagonistas são verdadeiros manequins. É curioso comprovar que as cores variadas estão na moda e que as sobrancelhas não são tratadas. Aliás, a beleza coreana procura retratar a mulher sem maquilhagem, os restantes atributos bastam. A proporção, essa, é a mesma do norte da Europa; os ditames da moda obrigam à proporcionalidade perfeita, mais 30% de pernas do que de tronco. Sim, eu sei, as portuguesas ficam eliminadas... mas eles são mais e nós vamos na onda! E que onda...
KARAOKE
Já tinham ouvido cantar em coreano? Um miúdo de 13 anos, ao ver a música a passar no meu portátil, aproximou-se e comentou... "brutal!". Está encontrado o público alvo. :)
Ah! Mulheres portuguesas, não desanimem... as coreanas precisam de saltos altos! ;)
Nota: quem conseguir cantar os Karaoke pode candidatar-se aos Ídolos. Afinal ela fez o mesmo...
Mas porquê o meu interesse se não é música que me tire o sono?
Pela primeira vez vejo um plágio permitido no Youtube. De facto, uma música deste grupo foi copiada dentro do grupo Universal por outra banda do Uzbequistão... de onde??? Um país entalado entre o Cazaquistão e o Afeganistão, boa vizinhança... portanto! Aqui não existem direitos de autor, mas acredito piamente que os trampolineiros nem imaginassem que um dia alguém desse com a cópia. Bastou o Youtube. E se é impressionante a qualidade da cópia, são magníficos os comentários que a acompanham.
ORIGINAL
KARAOKE
CÓPIA
E agora fechem a boca que eu fiz o mesmo. Para desenjoar das ubzequistanesas deixo-vos mais uma música das coreanas.
É impressionante a montra que surge no vídeo pois as protagonistas são verdadeiros manequins. É curioso comprovar que as cores variadas estão na moda e que as sobrancelhas não são tratadas. Aliás, a beleza coreana procura retratar a mulher sem maquilhagem, os restantes atributos bastam. A proporção, essa, é a mesma do norte da Europa; os ditames da moda obrigam à proporcionalidade perfeita, mais 30% de pernas do que de tronco. Sim, eu sei, as portuguesas ficam eliminadas... mas eles são mais e nós vamos na onda! E que onda...
KARAOKE
Já tinham ouvido cantar em coreano? Um miúdo de 13 anos, ao ver a música a passar no meu portátil, aproximou-se e comentou... "brutal!". Está encontrado o público alvo. :)
Ah! Mulheres portuguesas, não desanimem... as coreanas precisam de saltos altos! ;)
Nota: quem conseguir cantar os Karaoke pode candidatar-se aos Ídolos. Afinal ela fez o mesmo...
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Aprendiz
24/08/2009
06:52
Vermelho de melancia
Ele foi o primeiro a chegar, sempre fora pontual. O restaurante não era frugal, nem a ementa, o branco incial que tomava conta da vista era só ilusão, em cada recanto havia um detalhe, minimalista é certo, mas surpreendente.
Olhou ao redor a procurar algo, nos olhos a expectativa indisfarçável que o acompanhava desde criança quando a surpresa era esperada, desejada. O seu olhar cruzou-se com o meu mas não parou, não era a mim que ele procurava. Eu, pelo contrário, não pude deixar de olhar para ele; há homens que vemos mesmo quando não os olhamos. A entrada fora triunfante, "la piece de resistance" de uma sala já de si perfeita.
Os meus 30 anos foram lutados e a minha beleza esconde há muito o que as mão sabem. Sim, dizem-me bela e eu sinto-o nos outros, respiro-o no olhar e vontade dos que me rodeiam.
Agora, ignorando-me, deixou-me ainda mais sedenta, como se um desejo de o possuir fosse um imperativo.
O empregado acompanhou-o até à mesa ao lado da minha. Não pude deixar de reparar no sorriso de soslaio que o chefe de sala me lançou, como se pressentisse o crime, como se fosse o algoz a preparar o cadafalso.
Pegou na cadeira e arrastou-a como quem desliza algo que sempre fora seu; era rei num palácio branco, alvo, sem rival. Sentou-se. Ajustou a cadeira à mesa num pequeno gesto, quase imperceptível. Só agora reparei nos detalhes. O fato preto, italiano certamente pelo corte arrojado, as calças que mostram uns sapatos sem mácula, como se os pés tivessem sido moldados para que eles nunca enfolassem a pele.
Mirei a mesa com descrição pois pressenti que olhava para mim. Nós, ao contrário dos homens, nunca nos denunciamos sem vontade.
O meu vestido é alegre, jovial, uma explosão de cores e alegria. Vim sem maquilhagem, com os cabelos soltos, e porque a noite foi em claro não desisti dos óculos escuros, melhor agora que precisava de indagar sem ser desmascarada.
Dizem que é discúpulo do Ferran Adriá, coisa que nunca confirmei, mas adoro quando o chef vem à mesa cumprimentar; começa sempre por enaltecer a vista como prémio a resistirmos à sua comida. Depois vem a fecunda descrição do que comemos, como se a confeccção só terminasse com a criação de novos sentidos.
Distraí-me, bolas, onde é que ele está? Olhei ao redor mas nada, nada mesmo. Na mesa uma fatia de melancia fora deixada ao acaso. Bolas! Perdi-me assim tanto tempo? Como? Ele nem comera?
Por momentos senti-me atordoada, como se a razão me faltasse. Procurei um cigarro na carteira, precisava de fumar urgentemente; não era vontade nem pânico, estava perplexa!
Levantei-me e dirigi-me para o terraço sobre o mar, talvez a 50 metros a pique acima do azul, uma varanda no imponderável. Dobrei-me ligeiramente para acender o cigarro.
Não, estava a enlouquecer, não pode ser! Levantei os óculos para ver melhor. Mas sim, na saia uma nódoa pequena, nada que me tirasse o dia numa saia alegre. Envergonhada, sem deixar cair a compostura, levei um dedo aos lábios e esfreguei-o de seguida na nódoa. Nada, pouco saíra. Repeti o gesto.
O rubor invadiu-me a face como se estivesse a arder em febre. De repente tudo rodava à minha volta, e se o terraço convidava agora oferecia-me vertigens, náuseas, senti-me a desfalecer...
Apercebi-me de um movimento na sombra da cobertura. Senti o gesto pelo canto do olho, já no limite da minha visão. De pronto, uma mão surge do nada com um isqueiro como se estivesse ali para me servir. Ele, sorrindo, disparou: sabia a melancia?
Nota: a mudança continuada de humor, por vezes no mesmo parágrafo, a utilização intermitente do presente, do pretérito perfeito e do mais-que-perfeito, foram as ferramentas que tive à minha disposição para escrever como uma mulher. Tarefa impossível dirão, mas a tentativa foi honesta!
Olhou ao redor a procurar algo, nos olhos a expectativa indisfarçável que o acompanhava desde criança quando a surpresa era esperada, desejada. O seu olhar cruzou-se com o meu mas não parou, não era a mim que ele procurava. Eu, pelo contrário, não pude deixar de olhar para ele; há homens que vemos mesmo quando não os olhamos. A entrada fora triunfante, "la piece de resistance" de uma sala já de si perfeita.
Os meus 30 anos foram lutados e a minha beleza esconde há muito o que as mão sabem. Sim, dizem-me bela e eu sinto-o nos outros, respiro-o no olhar e vontade dos que me rodeiam.
Agora, ignorando-me, deixou-me ainda mais sedenta, como se um desejo de o possuir fosse um imperativo.
O empregado acompanhou-o até à mesa ao lado da minha. Não pude deixar de reparar no sorriso de soslaio que o chefe de sala me lançou, como se pressentisse o crime, como se fosse o algoz a preparar o cadafalso.
Pegou na cadeira e arrastou-a como quem desliza algo que sempre fora seu; era rei num palácio branco, alvo, sem rival. Sentou-se. Ajustou a cadeira à mesa num pequeno gesto, quase imperceptível. Só agora reparei nos detalhes. O fato preto, italiano certamente pelo corte arrojado, as calças que mostram uns sapatos sem mácula, como se os pés tivessem sido moldados para que eles nunca enfolassem a pele.
Mirei a mesa com descrição pois pressenti que olhava para mim. Nós, ao contrário dos homens, nunca nos denunciamos sem vontade.
O meu vestido é alegre, jovial, uma explosão de cores e alegria. Vim sem maquilhagem, com os cabelos soltos, e porque a noite foi em claro não desisti dos óculos escuros, melhor agora que precisava de indagar sem ser desmascarada.
Dizem que é discúpulo do Ferran Adriá, coisa que nunca confirmei, mas adoro quando o chef vem à mesa cumprimentar; começa sempre por enaltecer a vista como prémio a resistirmos à sua comida. Depois vem a fecunda descrição do que comemos, como se a confeccção só terminasse com a criação de novos sentidos.
Distraí-me, bolas, onde é que ele está? Olhei ao redor mas nada, nada mesmo. Na mesa uma fatia de melancia fora deixada ao acaso. Bolas! Perdi-me assim tanto tempo? Como? Ele nem comera?
Por momentos senti-me atordoada, como se a razão me faltasse. Procurei um cigarro na carteira, precisava de fumar urgentemente; não era vontade nem pânico, estava perplexa!
Levantei-me e dirigi-me para o terraço sobre o mar, talvez a 50 metros a pique acima do azul, uma varanda no imponderável. Dobrei-me ligeiramente para acender o cigarro.
Não, estava a enlouquecer, não pode ser! Levantei os óculos para ver melhor. Mas sim, na saia uma nódoa pequena, nada que me tirasse o dia numa saia alegre. Envergonhada, sem deixar cair a compostura, levei um dedo aos lábios e esfreguei-o de seguida na nódoa. Nada, pouco saíra. Repeti o gesto.
O rubor invadiu-me a face como se estivesse a arder em febre. De repente tudo rodava à minha volta, e se o terraço convidava agora oferecia-me vertigens, náuseas, senti-me a desfalecer...
Apercebi-me de um movimento na sombra da cobertura. Senti o gesto pelo canto do olho, já no limite da minha visão. De pronto, uma mão surge do nada com um isqueiro como se estivesse ali para me servir. Ele, sorrindo, disparou: sabia a melancia?
Nota: a mudança continuada de humor, por vezes no mesmo parágrafo, a utilização intermitente do presente, do pretérito perfeito e do mais-que-perfeito, foram as ferramentas que tive à minha disposição para escrever como uma mulher. Tarefa impossível dirão, mas a tentativa foi honesta!
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Aprendiz
18/08/2009
08:00
Frase estival
Sou como a gripe A, contagio... mas só a menos de um metro de distância!
Nota: há os convencidos e os infectados...
Nota: há os convencidos e os infectados...
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Aprendiz
02:53
Heaven is underwater
O meu tempo anda escasso, tão escasso que não sei se ele é já eterno... olho para as coisas como quem vê um filme acelerado, mas dizem-me que sou eu que corro, que viajo numa onda maior do que eu, que voo sem asas porque acredito que é preciso voar. Não há cores precisas, não, a palete mistura-se num remoinho caleidoscópico sempre que viro os olhos à procura do início, do fim, do equilíbrio para parar sem cair. Flutuo, sinto o vento a gritar para desistir, mas a minha guerra não é a dele, nem outra, é só a circunstância; sim, eu sou, eu, assim, hoje, breve!
Se leram o post, vejam este vídeo. Primeiro, coloquem os auscultadores. Cliquem em "Play" e depois em "HD". De seguida maximizem o vídeo no ícone ao lado do HD. Agora desfrutem... e verão o tempo a crescer!
Nota: este "paleio" foi só para me redimir por não andar a escrever... e faz-me falta!
Se leram o post, vejam este vídeo. Primeiro, coloquem os auscultadores. Cliquem em "Play" e depois em "HD". De seguida maximizem o vídeo no ícone ao lado do HD. Agora desfrutem... e verão o tempo a crescer!
Nota: este "paleio" foi só para me redimir por não andar a escrever... e faz-me falta!
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Aprendiz
29/07/2009
22:20
CR9
Dizem que aos 11 anos foi para o Sporting, recrutamento facilitado por uma dívida de 450 contos do Nacional da Madeira. Dizem ainda que chorou baba e ranho com saudades da família. Teve em sorte a malapata do Figo que na hora da saída do mesmo clube assinou dois contratos. O vaticínio era unânime, Luís teria carreira curta pois o dislate não seria esquecido nem perdoado. Erraram os arautos, felizmente, mas serviu a memória para que o Sporting oferecesse a Cristiano e a outros futebolistas uma estrutura que garantisse que a escola não formasse só atletas mas também homens. Será o caso?
A vida veio a dar-lhe glórias por terras de sua majestade, terra de corsários e piratas. E teve aí por pai um escocês, Alex Fergunson, nobre por mérito e virtuoso por trabalho e génio. E se este foi importante na formação do carácter, nos valores a mãe já o moldara. Os milhões vieram acompanhados por mulheres, histórias e estórias anunciadas por sanguinários que vivem do sucesso e desgraça alheia. E isso retirou-lhe a perspectiva?
Chega hoje a outro reinado mais alegre e solarengo onde se anunciam mais vitórias, muitas mordomias e festejos. E isso deslumbrou-o?
Bastaram dois momentos para desfazer as dúvidas. Primeiro; num passo certo apresentou-se a 80 mil fãs como quem desfila numa "passerelle". Nem um sorriso espontâneo, nem um nervosismo que pudéssemos guardar para provar que é mortal, que não faríamos pior. Teve tempo para beijar uma amiga, essa sim surpreendida pelo à-vontade. Por fim, a entrevista foi lapidar. Quando questionado sobre uma proposta de lei que pretende retirar vantagens fiscais aos desportistas, ele disse que só falava de futebol, mas acrescentou que tendo a jornalista direito a uma pergunta ele dava-lhe direito a fazer outra. Mais adiante, após uma hilariante pergunta num "japoneguês" ininteligível ele respondeu "arigato". A gargalhada foi geral! No final, confrontado com quem seria o melhor jogador do mundo - Messi, Kaká ou ele próprio - terminou afirmando que o melhor era "Madrid".
Se tinha dúvidas, hoje não tenho nenhumas. Ele fará tudo para ser o melhor do mundo, tem habilidade e inteligência emocional que bastem. Poderá nunca o ser, mas o que já conseguiu faz dele a melhor marca de Portugal!
No meio de tanta virtude há só uma imoralidade; cerca de 240 milhões de euros a ganhar em 6 anos. 13 milhões em salário e 25 milhões em publicidade anual mais prémios eventuais. Com este dinheiro Cristo poderia ter ganho 10.000 euros líquidos mensais durante... 2.000 anos. Até eu ressuscitava!
A vida veio a dar-lhe glórias por terras de sua majestade, terra de corsários e piratas. E teve aí por pai um escocês, Alex Fergunson, nobre por mérito e virtuoso por trabalho e génio. E se este foi importante na formação do carácter, nos valores a mãe já o moldara. Os milhões vieram acompanhados por mulheres, histórias e estórias anunciadas por sanguinários que vivem do sucesso e desgraça alheia. E isso retirou-lhe a perspectiva?
Chega hoje a outro reinado mais alegre e solarengo onde se anunciam mais vitórias, muitas mordomias e festejos. E isso deslumbrou-o?
Bastaram dois momentos para desfazer as dúvidas. Primeiro; num passo certo apresentou-se a 80 mil fãs como quem desfila numa "passerelle". Nem um sorriso espontâneo, nem um nervosismo que pudéssemos guardar para provar que é mortal, que não faríamos pior. Teve tempo para beijar uma amiga, essa sim surpreendida pelo à-vontade. Por fim, a entrevista foi lapidar. Quando questionado sobre uma proposta de lei que pretende retirar vantagens fiscais aos desportistas, ele disse que só falava de futebol, mas acrescentou que tendo a jornalista direito a uma pergunta ele dava-lhe direito a fazer outra. Mais adiante, após uma hilariante pergunta num "japoneguês" ininteligível ele respondeu "arigato". A gargalhada foi geral! No final, confrontado com quem seria o melhor jogador do mundo - Messi, Kaká ou ele próprio - terminou afirmando que o melhor era "Madrid".
Se tinha dúvidas, hoje não tenho nenhumas. Ele fará tudo para ser o melhor do mundo, tem habilidade e inteligência emocional que bastem. Poderá nunca o ser, mas o que já conseguiu faz dele a melhor marca de Portugal!
No meio de tanta virtude há só uma imoralidade; cerca de 240 milhões de euros a ganhar em 6 anos. 13 milhões em salário e 25 milhões em publicidade anual mais prémios eventuais. Com este dinheiro Cristo poderia ter ganho 10.000 euros líquidos mensais durante... 2.000 anos. Até eu ressuscitava!
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Aprendiz
09/07/2009
23:03
Viver sem crise...
Não há nascimentos mas só planeamento... poupa-se nas responsabilidades,
não há estudos mas só diversão... poupa-se na educação,
não há trabalho mas só estágios... poupa-se nos despedimentos,
não há amigos mas só conhecidos... poupa-se nas desilusões,
não há namoros mas só relações... poupa-se nas emoções,
não há casamentos mas só noivados... poupa-se nas famílias,
não há filhos mas só sobrinhos... poupa-se nas disponibilidades,
não há divórcios mas só separações... poupa-se nas partilhas,
não há velhos mas só novos... poupa-se na sabedoria,
não há mortes mas só despedidas... poupa-se nas memórias,
não há crise mas só mudança... poupem-me!
P.S.1. Este post é uma pequena reflexão desapaixonada sobre a crise... a música é o meu estado de espírito para o fim-de-semana; "move yourself, shake yourself..." e assim vou para a Serra da Boa Viagem; a praia servirá para passear, a serra para "bicicletar", a piscina para nadar! Sem crise! :)
(parece-me que não, dizem-me que há chuva! :D)
P.S.2. O remix é baseado na música soberba dos Yes com o mesmo nome. Fica aqui o link para quem quiser relembrar ou para quem quiser conhecer. Enjoy!
não há estudos mas só diversão... poupa-se na educação,
não há trabalho mas só estágios... poupa-se nos despedimentos,
não há amigos mas só conhecidos... poupa-se nas desilusões,
não há namoros mas só relações... poupa-se nas emoções,
não há casamentos mas só noivados... poupa-se nas famílias,
não há filhos mas só sobrinhos... poupa-se nas disponibilidades,
não há divórcios mas só separações... poupa-se nas partilhas,
não há velhos mas só novos... poupa-se na sabedoria,
não há mortes mas só despedidas... poupa-se nas memórias,
não há crise mas só mudança... poupem-me!
P.S.1. Este post é uma pequena reflexão desapaixonada sobre a crise... a música é o meu estado de espírito para o fim-de-semana; "move yourself, shake yourself..." e assim vou para a Serra da Boa Viagem; a praia servirá para passear, a serra para "bicicletar", a piscina para nadar! Sem crise! :)
(parece-me que não, dizem-me que há chuva! :D)
P.S.2. O remix é baseado na música soberba dos Yes com o mesmo nome. Fica aqui o link para quem quiser relembrar ou para quem quiser conhecer. Enjoy!
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Aprendiz
26/06/2009
13:57
Let's stay together
Alguém conhece o Al Green? Um homem muito à frente do seu tempo e não falo só musicalmente, mas também no optimismo que passava às letras que cantava.
Vivemos tempos fáceis onde tudo e todos são descartáveis. A globalização trouxe-nos ferramentas, disponibilidades e crises que não são mais do que reflexos de nós próprios.
Hoje, falar em fidelidade ou num amor para toda a vida soa a alguém ultrapassado pelos acontecimentos, desadequado à realidade e, manifestamente, um ente utópico. Nada mais errado, será certamente alguém à frente do seu tempo e que sabe que entre os homens são os detalhes que mais os separam, nada de substantivo.
Usamos a história, o passado, não só para nos enaltecer mas também para nos dividir. É tão fácil hipotecar a felicidade.
P.S. Esta música foi um hit em 1972, como posso eu lembrar-me eu dela? :D Mas será impossível não sentir a força da voz e do ritmo, é tudo alegria!
Vivemos tempos fáceis onde tudo e todos são descartáveis. A globalização trouxe-nos ferramentas, disponibilidades e crises que não são mais do que reflexos de nós próprios.
Hoje, falar em fidelidade ou num amor para toda a vida soa a alguém ultrapassado pelos acontecimentos, desadequado à realidade e, manifestamente, um ente utópico. Nada mais errado, será certamente alguém à frente do seu tempo e que sabe que entre os homens são os detalhes que mais os separam, nada de substantivo.
Usamos a história, o passado, não só para nos enaltecer mas também para nos dividir. É tão fácil hipotecar a felicidade.
P.S. Esta música foi um hit em 1972, como posso eu lembrar-me eu dela? :D Mas será impossível não sentir a força da voz e do ritmo, é tudo alegria!
Uncensored guitars
Vou partilhar convosco alguns dos melhores Riffs que conheço. Alongar-me-ei nas respostas aos vossos comentários... se conseguir estar à altura!
To be continued
Nota: não toco guitarra, só piano e mal, qualquer ajuda é bem-vinda!
To be continued
Nota: não toco guitarra, só piano e mal, qualquer ajuda é bem-vinda!
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Aprendiz
16/06/2009
07:00
Conversas d'amor
Ele olhava-a a dançar enquanto degustava lentamente a bebida gelada. Ela, apercebendo-se, vem na direcção dele com um sorriso indisfarçável.
Ela: ... eu não te posso dar o que queres!
Ele (sorrindo agora): e eu não quero o que me podes dar...
Ele afastou-se lentamente e foi dançar algo providencial. Ela, que ainda não perdera o sorriso, ficou a vê-lo a dançar. A música era esta!
P.S Este post está programado para as 2:30. Estarei na noite, um facto; só não sei se a beber uma bebida gelada se a dançar...
Ela: ... eu não te posso dar o que queres!
Ele (sorrindo agora): e eu não quero o que me podes dar...
Ele afastou-se lentamente e foi dançar algo providencial. Ela, que ainda não perdera o sorriso, ficou a vê-lo a dançar. A música era esta!
P.S Este post está programado para as 2:30. Estarei na noite, um facto; só não sei se a beber uma bebida gelada se a dançar...
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Aprendiz
14/06/2009
02:30
La vita è bella!
Na Venezuela, país com expatriados portugueses que da Madeira (essencialmente) rumaram à procura de novas oportunidades, nem tudo é mau! Para além do louco que comanda os destinos do país, há quem antes dele se tenha preocupado realmente com os pobres.
A história que vão ver, se ainda a não conhecem, é comovente e espantosamente contagiante. Há coisas verdadeiramente poderosas, sim, poderosas, adjectivo que vem de poder e que aqui utilizo no seu sentido mais nobre; o poder de melhorar vidas, de criar sonhos, de dar esperança a quem se podia conformar ou perder pelas melhores razões, a pobreza.
El sistema, criado por José Antonio Abreu, é de longe o maior projecto musical de âmbito social a nível planetário. Um estrondo que merece pompa e circunstância, adoptado pela Unesco como modelo a seguir. Uma ideia de génio. Este homem merece o prémio Nobel da Paz!
Mas quem é José Antonio Abreu? Nasceu em Valera em 1939 e estudou economia. Tem um doutoramento em economia petrolífera e fez algumas pós-graduações nos EUA. Foi ainda deputado, professor de economia e direito, e ministro da cultura.
Mas como se ligou ele à música? Em jovem estudou piano no conservatório de Caracas, em 1967 recebeu o prémio nacional de música sinfónica... só!
Foi em 1975 que fundou "El Sistema", formalmente conhecido como A Fundação para a Rede Nacional de Orquestras de Crianças e Jovens da Venezuela. Este é um método educativo inovador no qual a música é o veículo principal para a melhoria social e intelectual das crianças e jovens. Deste modelo já surgiram experiências em Espanha, América Latina e EUA.
E agora vejam o vídeo que eu já vos falo. Enjoy!
É impossível estarem indiferentes, não tenho leitores desses! :)
Confesso que ver um coro com surdos-mudos foi surpreendente.
Pensam que já viram tudo, não, ainda não. O maestro que aparece no vídeo nasceu depois do projecto começar, tem hoje 28 anos e é considerado um dos maiores maestros da actualidade, Gustavo Dudamel. Aclamado na Europa, EUA, Japão e sei lá mais onde?!
Gozem agora este trecho da West Side Story de Bernstein. Aviso à navegação; gozar em português é desfrutar, mas neste caso, brasileiros, usem o termo à vossa descrição!
Foi a primeira vez que vi uma orquestra a dançar nas cadeiras enquanto tocava. Eles não são só uma equipa, mas sim a soma de individualidades. Do além!
P.S. Para quem quiser saber mais sobre este projecto, mas agora em francês, fica aqui a explicação definitiva do "El Sistema". Primeira parte; segunda parte. Verão no final um ensaio improvável.
Divulguem este projecto, precisamos de uma iniciativa assim! Não falo só de música erudita, mas de toda a que possa motivar as crianças. Falem aos amigos, professores, decisores, a todos... esta é uma ideia que vale, pelo menos, um século!
P.S.2. O Blogger é perfeito. Post agendado em 9 de Junho... estou a dormir, seguramente, no Algarve!
A história que vão ver, se ainda a não conhecem, é comovente e espantosamente contagiante. Há coisas verdadeiramente poderosas, sim, poderosas, adjectivo que vem de poder e que aqui utilizo no seu sentido mais nobre; o poder de melhorar vidas, de criar sonhos, de dar esperança a quem se podia conformar ou perder pelas melhores razões, a pobreza.
El sistema, criado por José Antonio Abreu, é de longe o maior projecto musical de âmbito social a nível planetário. Um estrondo que merece pompa e circunstância, adoptado pela Unesco como modelo a seguir. Uma ideia de génio. Este homem merece o prémio Nobel da Paz!
Mas quem é José Antonio Abreu? Nasceu em Valera em 1939 e estudou economia. Tem um doutoramento em economia petrolífera e fez algumas pós-graduações nos EUA. Foi ainda deputado, professor de economia e direito, e ministro da cultura.
Mas como se ligou ele à música? Em jovem estudou piano no conservatório de Caracas, em 1967 recebeu o prémio nacional de música sinfónica... só!
Foi em 1975 que fundou "El Sistema", formalmente conhecido como A Fundação para a Rede Nacional de Orquestras de Crianças e Jovens da Venezuela. Este é um método educativo inovador no qual a música é o veículo principal para a melhoria social e intelectual das crianças e jovens. Deste modelo já surgiram experiências em Espanha, América Latina e EUA.
E agora vejam o vídeo que eu já vos falo. Enjoy!
É impossível estarem indiferentes, não tenho leitores desses! :)
Confesso que ver um coro com surdos-mudos foi surpreendente.
Pensam que já viram tudo, não, ainda não. O maestro que aparece no vídeo nasceu depois do projecto começar, tem hoje 28 anos e é considerado um dos maiores maestros da actualidade, Gustavo Dudamel. Aclamado na Europa, EUA, Japão e sei lá mais onde?!
Gozem agora este trecho da West Side Story de Bernstein. Aviso à navegação; gozar em português é desfrutar, mas neste caso, brasileiros, usem o termo à vossa descrição!
Foi a primeira vez que vi uma orquestra a dançar nas cadeiras enquanto tocava. Eles não são só uma equipa, mas sim a soma de individualidades. Do além!
P.S. Para quem quiser saber mais sobre este projecto, mas agora em francês, fica aqui a explicação definitiva do "El Sistema". Primeira parte; segunda parte. Verão no final um ensaio improvável.
Divulguem este projecto, precisamos de uma iniciativa assim! Não falo só de música erudita, mas de toda a que possa motivar as crianças. Falem aos amigos, professores, decisores, a todos... esta é uma ideia que vale, pelo menos, um século!
P.S.2. O Blogger é perfeito. Post agendado em 9 de Junho... estou a dormir, seguramente, no Algarve!
Publicada por
Aprendiz
12/06/2009
07:00
Eu penso, tu pensas, ele pensa... pensemos!
Prólogo: Num discurso breve, discorro das empresas ao sentido da vida. Uma viagem à inovação.
É possível gerar boas ideias, fazer com que as empresas portuguesas utilizem melhor um recurso escasso, a criatividade?
Algumas já o fazem! Aliás, muitas de forma absolutamente fortuita. Por exemplo, o diferencial que obtivemos como nação com o multibanco só foi possível com a nacionalização dos bancos. Não tivéssemos tido essa aberração societária e hoje teríamos um sistema por banco, à semelhança de muitas outras realidades comezinhas.
Alguém tinha pensado nisto? Vivemos num país em que se desconhecem os grandes números, em que conversas de café se transformam em verdades científicas absolutas. Basta um jornalista por perto...
Aliás, a própria ciência é uma abstracção, algo que inventámos para nos justificarmos. De facto (postulado), não há factos mas sim observações, não há leis mas sim interpretações.
Parti um copo. Ok! Um facto? Não! Tu não viste, mas admites. Eu observei-o, mas nada garante que a minha observação esteja correcta.
Ah! E se a lei é determinante, conclusiva e sem margem para especulação é, assim, a antítese da evolução. Quantas leis são postas em causa? Será a velocidade da luz constante? Na verdade, o que fazemos são interpretações sobre observações, daí o erro, daí esta constante necessidade de evoluir.
Num estudo recente concluiu-se que só 2,6% da população contribui para o avanço da humanidade. O resto são ruminantes, serão? Não, mantêm a máquina a funcionar, preferem um papel definido a assumir risco.
O espantoso, em jeito de conclusão, é pensar que os génios já não fazem sentido pois a comunidade global interage como um todo, sendo ela própria um génio que produz avanços inimagináveis. Contudo, "la piéce de resistence" é a criatividade, algo que o QI não avalia e que é a chama que desencadeia a queda de um dominó que só espera um empurrão. A genialidade será sempre o gatilho desta evolução mais globalizada, mais acelerada, mais arriscada.
A criatividade é o recurso mais escasso pois é dele que inovamos, que evoluímos, que encontramos as respostas para as nossas angústias. Haverá maior criatividade do que inventar um Deus? :)
Branco e porquê, porque não tem solução... já está resolvido! ;)
Nota: esta reflexão tem dois axiomas.
1º axioma: conversa entre um administrador e um director:
Dir: não vou fazer isso assim porque sei que não funciona, tenho 18 anos de experiência!
Adm: equívoco seu! O senhor tem um ano de experiência e 17 de fazer merda...
2º axioma: na vida, o que interessa não é a experiência mas sim os casos de sucesso.
Smooth jazz para rádios e não só... relaxe total! O sax é a voz...
É possível gerar boas ideias, fazer com que as empresas portuguesas utilizem melhor um recurso escasso, a criatividade?
Algumas já o fazem! Aliás, muitas de forma absolutamente fortuita. Por exemplo, o diferencial que obtivemos como nação com o multibanco só foi possível com a nacionalização dos bancos. Não tivéssemos tido essa aberração societária e hoje teríamos um sistema por banco, à semelhança de muitas outras realidades comezinhas.
Alguém tinha pensado nisto? Vivemos num país em que se desconhecem os grandes números, em que conversas de café se transformam em verdades científicas absolutas. Basta um jornalista por perto...
Aliás, a própria ciência é uma abstracção, algo que inventámos para nos justificarmos. De facto (postulado), não há factos mas sim observações, não há leis mas sim interpretações.
Parti um copo. Ok! Um facto? Não! Tu não viste, mas admites. Eu observei-o, mas nada garante que a minha observação esteja correcta.
Ah! E se a lei é determinante, conclusiva e sem margem para especulação é, assim, a antítese da evolução. Quantas leis são postas em causa? Será a velocidade da luz constante? Na verdade, o que fazemos são interpretações sobre observações, daí o erro, daí esta constante necessidade de evoluir.
Num estudo recente concluiu-se que só 2,6% da população contribui para o avanço da humanidade. O resto são ruminantes, serão? Não, mantêm a máquina a funcionar, preferem um papel definido a assumir risco.
O espantoso, em jeito de conclusão, é pensar que os génios já não fazem sentido pois a comunidade global interage como um todo, sendo ela própria um génio que produz avanços inimagináveis. Contudo, "la piéce de resistence" é a criatividade, algo que o QI não avalia e que é a chama que desencadeia a queda de um dominó que só espera um empurrão. A genialidade será sempre o gatilho desta evolução mais globalizada, mais acelerada, mais arriscada.
A criatividade é o recurso mais escasso pois é dele que inovamos, que evoluímos, que encontramos as respostas para as nossas angústias. Haverá maior criatividade do que inventar um Deus? :)
Branco e porquê, porque não tem solução... já está resolvido! ;)
Nota: esta reflexão tem dois axiomas.
1º axioma: conversa entre um administrador e um director:
Dir: não vou fazer isso assim porque sei que não funciona, tenho 18 anos de experiência!
Adm: equívoco seu! O senhor tem um ano de experiência e 17 de fazer merda...
2º axioma: na vida, o que interessa não é a experiência mas sim os casos de sucesso.
Smooth jazz para rádios e não só... relaxe total! O sax é a voz...
Conversas d'amor
Ele: diz-me coisas doces...
Ela: acabei hoje a caixa de chocolates!
Ela: acabei hoje a caixa de chocolates!
Publicada por
Aprendiz
08/06/2009
21:09
Pensamentos meus
Nenhuma expressão é editorialmente livre, ela será sempre censurada pela nossa consciência... o que se escreve é o que sobra!
Publicada por
Aprendiz
06/06/2009
23:00
Milgram experiment
Disse-vos há alguns dias que a maldade pode ser contagiosa. Hoje vou mostrar-vos uma experiência perturbadora em que se demonstra que a maioria das pessoas mata sob comando; i.e. não há limites quando há obediência à autoridade.
As experiências de Milgram são lendárias.
O vídeo anterior é meramente ilustrativo da experiência. Contudo, vejam agora este vídeo em que os candidatos não sabem que a experiência é um engodo. Acho que não preciso dizer mais nada.
Comentarei depois as vossas observações. Este é o post mais perturbador que aqui coloquei. Aliás, este tema é verdadeiramente polémico. Sei que aqueles que não conhecem o assunto se irão questionar sobre si próprios.
Até onde irias tu?
Nota: é obrigatório ver o vídeo! Imperdível!
As experiências de Milgram são lendárias.
O vídeo anterior é meramente ilustrativo da experiência. Contudo, vejam agora este vídeo em que os candidatos não sabem que a experiência é um engodo. Acho que não preciso dizer mais nada.
Comentarei depois as vossas observações. Este é o post mais perturbador que aqui coloquei. Aliás, este tema é verdadeiramente polémico. Sei que aqueles que não conhecem o assunto se irão questionar sobre si próprios.
Até onde irias tu?
Nota: é obrigatório ver o vídeo! Imperdível!
ab absurdum
Ela não teria mais de 26, 28 anos. Tinha uma daquelas belezas que não se reconhecem de imediato, mas que nos vão arrebatando à medida que os detalhes se vão revelando. Quantas vezes, quantas, senti a surpresa agridoce de olhar uma estranha tal a novidade de um gesto, de um olhar, de um sorriso? E as palavras? Algumas ditas, outras que escondia num jogo subliminar para que se pudessem adivinhar ou não consoante o seu desejo. E os meses foram passando nesta admiração permanente, um enamoramento estudado, quase provocado não fosse a minha rebeldia cigana.
A distância que nos separava quebrou-se como por destino para que tudo fizesse sentido. E do esporádico fez-se rotina, não uma modorra monótona, antes a rotina do imprevisto. Não houve um dia igual, algo que se programasse com mais de uma semana de distância. Nem as férias. E nesta inconstância que me cativava sobrava algo verdadeiramente diabólico, imprevisto, que a minha curiosidade não tinha descortinado.
O livro repousava sobre a cadeira Philippe Starck laranja transparente que sobressaía no confronto com a parede alva que lhe sucedia. O volume fora ali deixado intencionalmente para que lhe pegasse, hoje estou certo que sim. A cadeira, essa, serviu-me de assento. Folheava agora o livro do curso de psicologia de uma faculdade qualquer com a calma que se tem quando se espera alguém que ainda dorme. No hotel seria eu e o recepcionista quem despertava a manhã.
Não reconheci ninguém; caricaturas, poemas, pensamentos que os amigos iam deixando nas memórias de cada finalista. Na dobra da página 91 veio o embate; primeiro a sensação de algo familiar, depois o sabor azedo que me percorreu a língua em simultâneo com a dor involuntária no abdómen. Não estivesse eu sentado e teria caído.
O retrato era o meu, mais novo é certo, mas era eu! Ao meu lado, num cabrio estilizado, uma mulher e duas crianças seguiam uma tabuleta que apontava para Londres. Os poemas sucediam-se com palavras repetidas: “amor”, “papá” e outras mais prosaicas que evocavam os tempos de faculdade.
Senti-me a desfalecer. Lancei as mãos ao assento da cadeira para me equilibrar. O livro acabou por cair aberto com a capa e contracapa para cima, como que a esconder-me a sua verdade. Levantei-me e, com passos cuidados e inseguros, caminhei até ao balcão. O recepcionista observava-me disfarçadamente num treino próprio de quem zela por outros.
- Desculpe, pode dizer-me em que quarto estou?
- Um momento... hmmm... no 312... sim, definitivamente, no 312!
- Pode parecer-lhe estranha a pergunta, mas qual o nome em que estou registado?
- Não está!
E sorriu placidamente como se me conhecesse há muito.
- Como é? Não estou?
- Como sabe nunca o inscrevemos por causa do registo de polícia...
- Da polícia?
- Sim. Passa-se algo?
Agora tudo se movia a uma velocidade estonteante; eu e o recepcionista estávamos no centro do carrossel e as cadeiras, sofás, quadros, tapetes e restante mobília rodavam ao som do vento a bater em portadas soltas. Senti-me enlouquecer.
Inesperadamente, como num qualquer espectáculo menor, vejo-a surgir num dos cantos da sala em movimentos sensuais seguidos por um projector. Tudo isto era demais, mesmo para mim que me considerava o último atol do pacífico.
- Promete-me uma coisa!
Dispara a frase sem me dar tempo de me recompor.
- Quando vieres para os teus hotéis, não me deixes sozinha.
Lancei-me sobre o balcão e apanhei o registo dos quartos. Nenhuma referência ao quarto 312, nenhuma! Ao fechar o registo confrontei-me com o óbvio. Eu trabalhava ali, mas como?
Olhei para trás e junto à cadeira ainda laranja e transparente, ainda emparedada contra a muralha branca, nada, nem vestígio do livro caído!
A pancada veio de pronto; primeiro no peito, depois em todo o corpo. Senti-me projectado para cima na direcção de uma luz tão intensa que me cegava. Perdi as referências e neste caos não era o medo que me tomava, antes o espanto.
- Olá!
Senti-me no vazio, agora era a escuridão que dominava.
- Bom-dia!
Entreabri os olhos e mirei a silhueta debruçada sobre mim. O fim-de-semana ia acabar e com ele a curta viagem ao Alentejo. Virei-me de lado para me espreguiçar melhor. No chão, ao lado da cama, o meu saco deixava antever um livro do curso de psicologia. Seria hoje que a confrontaria com a evidência; afinal ela era casada e tinha filhos. O problema não era a mentira, mas sim eu fazer parte dela.
Por falar em absurdo, muitas estórias são assim!
Nota à navegação: os personagens desta estória são ficcionados. Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência. O produtor reserva-se o direito de se defender se lhe atirarem livros! :D
Aliás, desafio-vos a interpretar o final da estória. De facto, pode ser o que quiserem.
A distância que nos separava quebrou-se como por destino para que tudo fizesse sentido. E do esporádico fez-se rotina, não uma modorra monótona, antes a rotina do imprevisto. Não houve um dia igual, algo que se programasse com mais de uma semana de distância. Nem as férias. E nesta inconstância que me cativava sobrava algo verdadeiramente diabólico, imprevisto, que a minha curiosidade não tinha descortinado.
O livro repousava sobre a cadeira Philippe Starck laranja transparente que sobressaía no confronto com a parede alva que lhe sucedia. O volume fora ali deixado intencionalmente para que lhe pegasse, hoje estou certo que sim. A cadeira, essa, serviu-me de assento. Folheava agora o livro do curso de psicologia de uma faculdade qualquer com a calma que se tem quando se espera alguém que ainda dorme. No hotel seria eu e o recepcionista quem despertava a manhã.
Não reconheci ninguém; caricaturas, poemas, pensamentos que os amigos iam deixando nas memórias de cada finalista. Na dobra da página 91 veio o embate; primeiro a sensação de algo familiar, depois o sabor azedo que me percorreu a língua em simultâneo com a dor involuntária no abdómen. Não estivesse eu sentado e teria caído.
O retrato era o meu, mais novo é certo, mas era eu! Ao meu lado, num cabrio estilizado, uma mulher e duas crianças seguiam uma tabuleta que apontava para Londres. Os poemas sucediam-se com palavras repetidas: “amor”, “papá” e outras mais prosaicas que evocavam os tempos de faculdade.
Senti-me a desfalecer. Lancei as mãos ao assento da cadeira para me equilibrar. O livro acabou por cair aberto com a capa e contracapa para cima, como que a esconder-me a sua verdade. Levantei-me e, com passos cuidados e inseguros, caminhei até ao balcão. O recepcionista observava-me disfarçadamente num treino próprio de quem zela por outros.
- Desculpe, pode dizer-me em que quarto estou?
- Um momento... hmmm... no 312... sim, definitivamente, no 312!
- Pode parecer-lhe estranha a pergunta, mas qual o nome em que estou registado?
- Não está!
E sorriu placidamente como se me conhecesse há muito.
- Como é? Não estou?
- Como sabe nunca o inscrevemos por causa do registo de polícia...
- Da polícia?
- Sim. Passa-se algo?
Agora tudo se movia a uma velocidade estonteante; eu e o recepcionista estávamos no centro do carrossel e as cadeiras, sofás, quadros, tapetes e restante mobília rodavam ao som do vento a bater em portadas soltas. Senti-me enlouquecer.
Inesperadamente, como num qualquer espectáculo menor, vejo-a surgir num dos cantos da sala em movimentos sensuais seguidos por um projector. Tudo isto era demais, mesmo para mim que me considerava o último atol do pacífico.
- Promete-me uma coisa!
Dispara a frase sem me dar tempo de me recompor.
- Quando vieres para os teus hotéis, não me deixes sozinha.
Lancei-me sobre o balcão e apanhei o registo dos quartos. Nenhuma referência ao quarto 312, nenhuma! Ao fechar o registo confrontei-me com o óbvio. Eu trabalhava ali, mas como?
Olhei para trás e junto à cadeira ainda laranja e transparente, ainda emparedada contra a muralha branca, nada, nem vestígio do livro caído!
A pancada veio de pronto; primeiro no peito, depois em todo o corpo. Senti-me projectado para cima na direcção de uma luz tão intensa que me cegava. Perdi as referências e neste caos não era o medo que me tomava, antes o espanto.
- Olá!
Senti-me no vazio, agora era a escuridão que dominava.
- Bom-dia!
Entreabri os olhos e mirei a silhueta debruçada sobre mim. O fim-de-semana ia acabar e com ele a curta viagem ao Alentejo. Virei-me de lado para me espreguiçar melhor. No chão, ao lado da cama, o meu saco deixava antever um livro do curso de psicologia. Seria hoje que a confrontaria com a evidência; afinal ela era casada e tinha filhos. O problema não era a mentira, mas sim eu fazer parte dela.
Por falar em absurdo, muitas estórias são assim!
Nota à navegação: os personagens desta estória são ficcionados. Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência. O produtor reserva-se o direito de se defender se lhe atirarem livros! :D
Aliás, desafio-vos a interpretar o final da estória. De facto, pode ser o que quiserem.
Publicada por
Aprendiz
02/06/2009
00:19
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